sexta-feira, 23 de maio de 2008

A nova corrida do ouro

Já faz algum tempo que eu pensava sobre isso. As grandes montadoras ainda estão com medo de abandonar os motores a combustão por medo de seus similares elétricos acabarem não tendo aceitação no mercado e, consequentemente, trazerem prejuízo.

Sinceramente, quem tem que ter medo são as petrolíferas, as montadoras vão continuar vendendo carros, venha o que vier debaixo do capô, contanto que andem. Hoje fiquei feliz em ler na Webmotors que a Nissan pretende começar a produzir em massa veículos totalmente elétricos a partir de 2010, a serem vendidos em todos os continentes. Pode ser jogada de marketing, me engana que eu gosto, o que alegra é o fato de alguém ter jogado a primeira pedra. Faz sentido pensar que a montadora que se antecipar em massificar veículos elétricos (que têm tudo para serem muito mais baratos que os atuais com motores a explosão) sairá na frente e terá a oportunidade de reviver a história de Henry Ford, que massificou a produção de carros pretos e ficou quaquilionário. Os consumidores, me desculpem, mas o que eles pensam não importa nem um pouco neste aspecto. Ou ninguém mais vai comprar carro se os veículos elétricos forem a única opção disponível? Até parece.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

A evolução dos carros Parte 2 de 3.

Bem, conforme prometido vou dar prosseguimento à série que descreve minha percepção sobre a evolução tecnológica dos carros e sua consequente transformação de ouro em bosta. Se leram a primeira parte desta análise então sabem que o lançamento do Santana 1991 acabou com toda e qualquer vontade que eu ainda tinha de ter o modelo antigo, que outrora me parecia uma jóia da indústria. E prova disso é que quando fiz 18 anos, abri mão de um vistoso Santana CD 85 em prol de um Escort XR3 88.

Pois bem, em 1992/1993 a GM fez algo que para os padrões de hoje seria uma loucura. Em meio a tantos carros da década de 80 lançou o Omega, nas versões GLS e CD. Rapidamente o modelo mais sofisticado, o CD, tornou-se o cartão da visitas da montadora, com um cardápio de mimos que de longe destoavam da média para um povo cujo ápice da sofisticação em um carro resumia-se a trio elétrico e ar condicionado. E não só a lista de opcionais que incluia entre tantas outras coisas a famosa 'geladeirinha' do porta-luvas, câmbio automático com dois modos de condução, painel digital e teto-solar elétrico, que destoava do resto (bom termo) dos modelos disponíveis no Brasil. Ele também destoava em desempenho e obviamente, em preço. Ao que me consta, o esportivo de maior sucesso da época era o Gol GTi, cuja velocidade máxima girava em torno de 180 e 190Km/h. O Omega, na versão mais humilde, desenvolvia 191Km/h, e na CD chegava a 206Km/h, tornando-se, com seu motor 6 cilindros, o primeiro automóvel nacional a romper a barreira dos 200Km/h. Preço? Bom, em média o dobro do que os demais ditos 'carros de luxo' da época. Eu gamei no carro, e novamente pensei: esse sim, sempre será um carrão! Um dia ele vai ter que desvalorizar e daí poderei comprar um.
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Passaram-se 10 anos, e um carro de R$100.000,00 estava sendo vendido por R$16.000,00. E lá fui eu, com um salário de R$970,00 buscar meu Omega na North Veículos em Porto Alegre. Ano 94, bordô, automático, completo. Só não tinha bancos em couro. Lembro que foi um dos dias mais surpreendentes e surreais da minha vida. Estacionei ele no gramado da casa dos meus pais e passei o dia bebendo e olhando para ele. Este foi o primeiro dos três Omega que tive. Do segundo tenho ainda uma foto, que segue. Ano 95, motor 4.1, bancos em couro e câmbio manual. Nunca tive carro melhor.

Ocorre que somos impelidos a olhar sempre para aquilo que não está ao nosso alcance, e nessa altura da vida o velho Omega já havia sido substituído e haviam muitas outras opções mais modernas e desejáveis, mas que evidentemente meus parcos recursos financeiros não eram capazes de comprar. Essa realidade tornou-se clara para mim quando pude conhecer o interior do recém lançado Passat Alemão. Prova máxima de que a evolução tecnologia, e não a cerveja como prega Homer Simpson, é a causa e solução de todos os nossos problemas, o Passat fez com que a magia em torno do meu segundo Omega se dissipasse e minha atenção se voltasse novamente para o mercado. Foi uma época boa, talvez uma das melhores pois nunca mais um guri em início de carreira e sem maiores subsídios paternos chamará tanta atenção e se deslocará tão confortavelmente gastando tão pouco. Aqui termina a era Omega da minha vida. No próximo artigo irei falar sobre o Passat e tudo que veio depois. Um abraço!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Vectra 2.0

Todo mês cumpro um ritual: buscar a melhor tarifa aérea na Internet e vir para SP visitar meus clientes. Em Congonhas fico torcendo para aquele maldito taxista do Santana não estar lá, mas acabo sobrando para um Meriva ou Palio Weekend mesmo. Desta vez, no entanto, dei sorte e descolei um Vectra com o tiu do taxi. Um amigo já havia sabiamente descrito o automóvel de "luxo" da GM como um "chevettão", e confesso que dei risada, mas ainda achava o Vectra um puta carro. Entrei no banco de trás, de couro, tela de 7" no apoio de cabeça do carona, ar digital, e plástico batendo pra todo lado. Meu, sério, broxante! Espero que no mês que vem já tenha algum Civic ou Corolla por ali.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

A evolução dos carros Parte 1 de 3.

Era o ano de 1985, pelas minhas contas eu tinha 7 anos, e a indústria automobilística não desfrutava de uma boa fase. Reserva de mercado, nada de carros importados rodando por aí, aquela coisa de pais retrógrado e de merda que ninguém faz melhor que o Brasil. Estava indo com minha familia sei lá para onde quando vi estacionado um carro que eu ainda não conhecia. Se fosse hoje, pensaria que era um importado, ou até mesmo um novo modelo nacional - ou pseudo-nacional - já que todo mês surge coisa nova. Mas naquela época era diferente. Enquanto minha mãe me puxava pela mão eu ia comendo aquela coisa linda com os olhos, a partir da frente para a traseira, onde dizia: Santana.

Essa aí foi mais ou menos a imagem que despertou meu interesse para tentar descobrir o que havia além do arco-iris. Será que lá fora também só tinha Corcel, Passat e Opala? Cheguei em casa, tomei banho, jantei e me deitei. Peguei o notebook, abri o Google e fiquei maravilhado com o que vi. Tá bom, eu dormi e tava sonhando, pois naquela época não existia nem Internet, quem dirá Google.
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Se eu fosse um cara esperto teria vislumbrado o futuro da rede mundial de computadores e me encarregado de me tornar dono do Google. Mas naquela época eu ganhava bem, sei lá quantos cruzeiros, mas era quase o dobro do que meu colega de primeira série mais bem sucedido ganhava. Meu futuro estava garantido. Então me ative aos carros e comecei a encher o saco do meu pai para comprar revistas importadas. Hoje é fácil, mas naquela época ninguém ganhava catálogos gratuitos da Summit Racing pelos correios.
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A partir desta história minha paixão por carros se consolidou e eu lembro de ter matutado: um Santana sempre será um carrão. Daqui uns anos meu pai vai ter dinheiro para comprar um usado e eu serei muito feliz. Em 1991 a VW lançou a segunda geração do Santana, eu olhei para o velho modelo de 85, já restilizado e sentindo o peso da idade e pensei: eu não quero mais essa droga. Assim começou o eterno conflito entre minha renda e o preço do carro dos meus sonhos. Na próxima história falarei sobre o Omega, depois sobre o Passat alemão, e por fim sobre como resolvi esse problema e me tornei uma pessoa melhor. Até lá.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Já andaram de FOX?

Tem aquele famoso slogan de uma grande empresa que se diz "Apaixonada por carro como todo brasileiro."

Imagina então o sofrimento desse povo, apaixonado por carro, mas que precisa suprimir sua paixão e abrir espaço para a racionalidade de um carro popular. É algo como comer apenas fast food porque os restaurantes são muito caros.

Quantas vezes já se ouviu gente dizendo que "comprou um carrinho, é popular e desconfortável, mas é zero." É ululante que a qualidade desses popularez é baixa e que as pessoas só compram porque não podem comprar nada melhor. Então porque raios as montadoras ainda fazem o papelão de promover essas porcarias como verdadeiras maravilhas em tudo que é mídia?

Viram o novo Ka? Bonitinho até né, aliás acho que se gastassem o que gastam no design com o acabamento os carros seriam sensivelmente mais aceitáveis. Agora viram o display comercial do novo Ka no Terra? Qual o grande atrativo? Um botão para abertura elétrica do porta malas. É! Isso mesmo! Um mísero botão é o grande astro.

Viva a economia brasileira!

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Morre Boyd Coddington

O rei dos hot rods (veículos customizados que mantêm a lataria de um carro antigo, mas com mecânica moderna), Boyd Coddington, morreu na manhã da quarta-feira (27), nos Estados Unidos, aos 63 anos. A causa da morte não foi divulgada. Coddington era o protagonista do reality show “American Hot Rod” — apresentado no canal por assinatura Discovery Channel —, que retratava o dia-a-dia de sua oficina. Boyd Coddington iniciou a carreira de customização de carros quando tinha 13 anos e criou seu padrão de trabalho e criatividade com o popular “Cadzilla”, considerado uma obra-prima do design. A customização do carro foi baseada em um Cadillac ano 1950. Quem ficou com a obra de arte foi o astro de rock Billy Gibbons do grupo ZZ Top. “Ele fez customizações que não foram feitas por mais ninguém. Mas o mais importante é que os carros que ele redesenhava continuavam a funcionar”, disse o diretor executivo do Museu Automotivo Petersen, em Los Angeles. Coddington também era mecânico. Durante uma época ele trabalhava na Disneyland durante o dia e consertava carros na garagem de casa durante a noite e aos fins de semana. As criações revolucionárias de Coddington atrairam a imaginação dos californianos malucos por carros e, assim, o rei dos hot rods começou as customizações e a fazer dinheiro. Sempre vestido com camisas havaianas, Coddington dizia que amava seu reality show. “Os telespectadores são pessoas que viveram nas décadas de 1950, 1960 e 1970 e amavam esses carros. Agora, eles têm dinheiro”, disse em entrevista para a Associated Press em 2004.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Se não tem solução... copie

Certamente você já ouviu a frase: "Se não tem solução, solucionado está". Você ouviu, mas provavelmente a Fiat não, e basta olhar para o novo Siena para concluir isso. Aquela grade dianteira é de que? Aquelas lanternas traseiras altas são de que? Se você falou Audi, acertou. Muita gente boa da própria Audi já torceu o nariz quando a VW resolveu se adonar da sua grade trapezoidal e utilizá-la no novo Golf europeu, imagine então o que pensaram quando viram aquele Siena tão bonito, e graças a eles. Felizmente (para eles) o brasileiro costuma se contentar com o resultado sem questionar os meios utilizados, então parece que o Audi Siena será bem aceito. E vamos esperar para ver quantos meses leva para o próximo face-lift. O próximo pode vir com cara de Mercedes ou BMW :)